Blog do projeto Formação continuada de professores de língua inglesa em Sergipe a partir das teorias dos Novos Letramentos (DLES/UFS - processo CNPq 401394/2010-7).
Interessante a reportagem! Algo que me fez pensar (além da imagem de como nosso país é representado em Moçambique através das novelas) é essa relação que certas instituições religiosas de fora, digamos assim, têm com a cultura local de um povo, nesse caso moçambicano. A crítica da escritora me fez lembrar do mesmo juízo de valor que era feito em cima das manifestações culturais afroindígenas, no período colonial brasileiro: consideradas como sem serventia, sem valor, bárbaras, diabólicas ou abomináveis aos olhos do outro, em geral, aos defensores do eurocentrismo, como cansamos de ouvir e ler.
Mais intrigante é saber que esse tipo de pensamento perpassa ainda hoje pela cabeça de certos grupos da sociedade, promulgando uma ideia de que "se sua cultura não segue os meus princípios, de nada vale ou abominável é".
A cultura nunca é surgida do nada ou imposta, mas sim construída. Portanto, creio eu que nenhuma ideologia consegue(ria) extinguir em sua totalidade os valores culturais de um povo. Prova disso são os nossos, brasileiros - que mesmo com todas as acusações etnocêntricas, restrições e abominações por parte de pessoas que defendem uma ideologia homogeneizadora de cultura, em todo o decorrer da História - muitas vezes, por exemplo, conversam entre o sagrado e aquilo que é chamado por muitos de "profano".
Creio que num mundo de relações e interações culturais estreitas como é o nosso, argumentos de que o "meu é melhor que o seu", de que "eu estou em estado de civilização e você de barbárie", como muitos pensam ou simplesmente reproduzem, têm que ser refletidos, questionados, criticados. Minha cultura não é melhor que a sua, ou vice-versa; "na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra." (MONTAIGNE apud LARAIA, 2008, p.13)
O que ou quem é bárbaro atualmente? Esse (pre)conceito ainda vale de alguma coisa hoje em dia? Como disse anteriormente, isso me fez pensar...
Interessante a reportagem! Algo que me fez pensar (além da imagem de como nosso país é representado em Moçambique através das novelas) é essa relação que certas instituições religiosas de fora, digamos assim, têm com a cultura local de um povo, nesse caso moçambicano.
ReplyDeleteA crítica da escritora me fez lembrar do mesmo juízo de valor que era feito em cima das manifestações culturais afroindígenas, no período colonial brasileiro: consideradas como sem serventia, sem valor, bárbaras, diabólicas ou abomináveis aos olhos do outro, em geral, aos defensores do eurocentrismo, como cansamos de ouvir e ler.
Mais intrigante é saber que esse tipo de pensamento perpassa ainda hoje pela cabeça de certos grupos da sociedade, promulgando uma ideia de que "se sua cultura não segue os meus princípios, de nada vale ou abominável é".
A cultura nunca é surgida do nada ou imposta, mas sim construída. Portanto, creio eu que nenhuma ideologia consegue(ria) extinguir em sua totalidade os valores culturais de um povo. Prova disso são os nossos, brasileiros - que mesmo com todas as acusações etnocêntricas, restrições e abominações por parte de pessoas que defendem uma ideologia homogeneizadora de cultura, em todo o decorrer da História - muitas vezes, por exemplo, conversam entre o sagrado e aquilo que é chamado por muitos de "profano".
Creio que num mundo de relações e interações culturais estreitas como é o nosso, argumentos de que o "meu é melhor que o seu", de que "eu estou em estado de civilização e você de barbárie", como muitos pensam ou simplesmente reproduzem, têm que ser refletidos, questionados, criticados. Minha cultura não é melhor que a sua, ou vice-versa; "na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra." (MONTAIGNE apud LARAIA, 2008, p.13)
O que ou quem é bárbaro atualmente? Esse (pre)conceito ainda vale de alguma coisa hoje em dia? Como disse anteriormente, isso me fez pensar...